sexta-feira, 6 de junho de 2008

Continuam os poemas de Vinícius de Moraes

Uma tromba de elefante

E logo após, no buraco
De uma janela, aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece.
Enquanto, entre as altas vigas
Das janelinhas do sótão
Duas girafas amigas
De fora a cabeça botam.
Grita uma arara, e se escuta
de dentro um miado e um zurro
Late um cachorro em disputa
Com um gato, escoiceia um burro.
A Arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Aos pulos da bicharada
Toda querendo sair.
Vai! Não vai! Quem vai primeiro?
As aves, por mais espertas
saem voando ligeiro
Pelas janelas abertas.
Enquanto, em grande atropelado
Junto à porta de saída
Lutam os bichos de pelo
Pela terra prometida.
"Os bosques são todos meus!"
Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
(Vinícius de Moraes)
Por Luiza Ramoska 5º A

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